
06 Out As inundações foram o tema principal das jornadas FLOODS 2022
A gestão das inundações, tema principal das jornadas FLOODS 2022, onde se ressaltou que os Sistemas Automáticos de Informação Hidrológica (SAIH) e os seus Sistemas de Ajuda à Decisão (SADS) constituem uma ferramenta imprescindível e indispensável para a prevenção e preparação face às inundações. Permitem fornecer a informação hidrometeorológica em tempo real (precipitações, nível, volume, situação das albufeiras, etc.) e realizar prognósticos hidrológicos e da extensão das inundações no território, através da aplicação dos modelos meteorológicos, hidrológicos e hidráulicos, de forma contínua, para evitar tanto danos materiais como pessoais. Deste modo, as autoridades competentes poderão atuar em matéria de proteção civil com a antecedência suficiente para evitá-los, mediante a implementação dos seus planos de emergência.
Desta forma, tanto a recente Lei de alterações climáticas e Transição energética como as orientações estratégicas de água e alterações climáticas aprovadas no Conselho de Ministros e o Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência e o Fundo de Restauração Ecológica e Resiliência afirmam que a digitalização do ciclo da água é um objetivo prioritário.
Assim, o recente PERTE (Projeto Estratégico para a Recuperação e Transformação Económica) de digitalização do ciclo da água, aprovado no Conselho de Ministros no mês de março, prevê o investimento de 3000 milhões de euros, dos quais 225 milhões estarão destinados à modernização e ao fomento da digitalização nos organismos de bacia e aos Sistemas Automáticos de Informação Hidrológica e os seus Sistema de Ajuda à Decisão, que foram abordados em profundidade nestas jornadas.
Na jornada destacaram que:
- O impacto das alterações climáticas é uma realidade que devemos enfrentar com determinação.
- Este ano hidrológico 2021/2022 é o segundo mais seco da série histórica 1980/1981-2021/2022.
- Se analisarmos as situações da seca prolongada, observamos que cada vez são mais frequentes e intensas, já que foram registados seis períodos de seca prolongada no nosso território durante os anos de 2002, 2005, 2007, 2012, 2017 e 2022 e que parece que vai continuar a médio prazo. Não obstante, entre 1980 e 2000, só se deram em 1989 e 1992. Tudo isto corrobora o impacto das alterações climáticas que afetam os nossos recursos hídricos.
- Os dados anteriores demonstram que os fenómenos extremos causados pelas secas e pelas inundações vão ser cada vez mais frequentes, intensos e prolongados.
- A necessidade de melhorar e potenciar os Sistemas Automáticos de Informação Hidrológica (SAIH) e os seus modelos hidrometeorológicos e hidráulicos, que fazem parte dos Sistema de Alerta Rápido e de Ajuda à Decisão dos organismos de bacia, como uma ferramenta imprescindível e fundamental para a preparação e prevenção de danos pessoais e materiais provocados pelas inundações.